Artigo elaborado pela colaboradora Angeline Baptistel, Coordenadora Corporativo & Eventos sobre Liderança Horizontal.
Liderar e desenvolver equipes é uma das atribuições mais difíceis e ao mesmo tempo mais gratificantes que se pode ter dentro de uma organização.
Quando me vi exercendo meu primeiro cargo de liderança a alguns anos atrás, sabia que tinha um grande trabalho pela frente, mas não imaginava o tamanho dos desafios que encontraria pelo caminho.
Hoje com a mudança de visão e a grande tendência a lideranças horizontais, onde a estrutura organizacional é baseada na voz ativa de todos e não existe mais a valorização do poder, vemos grandes corporações aderindo a este modelo de gestão. A “horizontalização”vai muito além de espaços de trabalho abertos e o CEO da organização sentado na mesa ao lado, ela trata da importância das pessoas como peças fundamentais do negócio, que atuam de forma interdependente e autônoma em relação a liderança.
Atualmente é possível ver a crescente busca do desenvolvimento das “soft skills” por parte dos gestores, habilidades que vão muito além de competências técnicas buscadas em uma seleção, e que estão sendo altamente valorizadas pelas organizações, entre elas podemos citar: Comunicação eficaz, empatia, colaboração, resiliência, entre outras.
Algumas ferramentas e técnicas também colaboram para uma liderança mais assertiva e eficaz, conforme alguns exemplos:
- O modelo da Comunicação não violenta (CNV) – baseia-se em 4 pilares: fato, sentimento, necessidade e pedido, ou seja: observar, declarar o que sente a respeito, quais necessidades estão relacionadas a percepção, e por fim fazer um pedido específico sobre o que deseja. Desta forma é possível se estabelecer relações de parceria e cooperação, em que predominam a comunicação assertiva e empática.
- Escuta ativa – consiste em encorajar a outra pessoa a expressar seu ponto de vista e então escutar atentamente o que ela diz. Isso requer a habilidade de fazer perguntas genéricas que estimulem o outro a dizer o que pensa.
- Rapport – Parte do princípio de observar a linguagem corporal, o tom de voz e manter contato visual com seu interlocutor para criação de sinergia entre ambos. É também a capacidade de criar uma relação de confiança e receptividade, fazendo o outro se sentir compreendido, para criação de relações interpessoais mais sólidas no ambiente de trabalho.
- Feedback – Hoje o modelo simplista de feedback positivo e negativo está descontextualizado. Ele deve ser visto como um presente, ou seja, deve ser dado e recebido com carinho. Existem várias técnicas que podem ser aplicadas, mas basicamente, fundamenta-se no Positivo, o qual consiste em reforçar comportamentos que devem ser mantidos, fazendo um “depósito forte na conta” de feedback do liderado, e no Corretivo, que tem como objetivo modificar um comportamento que está inadequado, sempre tendo cuidado para que ele não torne-se Insignificante ou Ofensivo, pois ambos geram descontentamento e podem comprometer severamente as relações existentes.
Todas essas habilidades, técnicas e estímulos tem como objetivo desenvolver equipes de alto nível, engajadas, maduras, e prontas para assumirem a delegação de tarefas, o que demonstra forte confiança nelas, e torna possível a convergência para os resultados e metas esperados pela organização.
Liderar é tarefa e aprendizado diário, e sempre tive muito claro em minhas convicções de que pessoas são o elo mais importante de uma organização, tornando-a orgânica, criando desta forma um sistema dinâmico e vivo, onde só é possível obter os resultados esperados quando se tem equipes felizes e motivadas. Por isso o bom olho no olho, a comunicação objetiva e principalmente o “ouvir o que as pessoas tem a dizer e pensam”, serão cada vez mais valiosos e necessários para as empresas que buscam se alinhar e adaptar-se ao novo cenário da humanização e empowerment nas relações de trabalho.
Finalizo meu pensamento com uma frase de um dos grandes líderes atuais, e que resume tudo: “Enquanto olhamos para o próximo século, os líderes serão aqueles que empoderam os outros” – Bill Gates